...Esse maldito Deus que brinca de entrelaçar destinos, que destrói algumas noites e salva outras. Afinal, foi esse mesmo acaso que a jogou em minha vida numa noite de insônia. Agora Ele quer que eu retribua a sua boa ação com todo o sofrimento necessário. Até quando se cruzarão nossos caminhos sem que se cruzem os nossos olhares?
Eu sei... Fui amaldiçoada...
Carrego o fardo da memória fotográfica - e todos os frenéticos flashs de luz.
Carrego o fardo da memória olfativa - e o indescritível aroma natural da tez fresca.
Carrego o fardo da memória palatina- e o gosto acentuado de cevada e fumo.
Carrego o fardo da memória tátil - e a fina cintura que cingia com apenas um de meus braços...
Essa é a minha memória sempre retalhada do meu minuto de felicidade, da minha "Noite Branca". Penso que não tenho mais coração, ou pelo menos esqueci da sua existência por não palpitar mais como outrora.
Ah sim, esqueci do meu último grande fardo: a semi-esquizofrenia musical. E são muitas músicas que compõem o set list da tortura. Ficarei com uma apenas, a trilha do labor da mais bela caixinha de Origami jamais feita numa pista de dança...(House of the Jealous Lovers - Rapture)
Três letras apenas fizeram tudo ruir. Essas três letras não mais fazem sentido, por nomearem uma pessoa que a mim agora se apresenta estranha. Não é aquela que conheci, não é aquela que beijei. Talvez porque eu tenha me apropriado de suas três letras e nomeado a minha mais bela criação!
Bom Deus do Acaso, te suplico: Que nunca mais a encontre!!
Porque hoje me proibes de pousar os olhos nos teus...